segunda-feira, 2 de março de 2009

O candidato


À distância de um ano das várias eleições que hão-de acontecer por cá, começo a deitar contas às cruzes que irei rabiscar nos boletins de voto, principalmente naquele que trará inscritos os nomes dos candidatos a administrar o “meu” concelho em nome do povo, de que faço parte.
As Juntas e a Câmara do meu “sítio” bem merecem lideres de uma só palavra, com pergaminhos à lapela para que se saiba quem são e de onde vêm, mas…
Imagine-se a responsabilidade do meu (e do vosso!) gesto no momento da escolha!
Ainda mais distantes no tempo, os candidatos traçaram estratégias de vitória. É justo que o tenham feito. Com actos e palavras, cada um usará as suas melhores armas – cuidado com os bumerangues, que retornam à mão de quem “dispara!” – depois se saberá se foram suficientes…
Por ora, nada consta nos bastidores dos partidos políticos sobre candidaturas femininas, o que é uma pena.
Entretanto, diz-se à boca pequena, que um dos concorrentes é actor de teatro ”bufo”, o que me agradou sobremaneira, porque tenho imenso respeito por quem se assume no estilo, composto de trocadilhos, ironias e tudo o mais que possa constar do cardápio dos actos cénicos.
A memória tem os seus dias para ser folheada e hoje não é um deles, daí que, por mais voltas que dê à “enciclopédia”, não recordo nomes de actores portugueses que tenham passado a políticos com algum sucesso, embora Nicolau Breyner tivesse andado perto de o conseguir em Serpa, onde nasceu. Lá por fora, da Cicciolina, eleita para o parlamento italiano em 1987, a Ronald Reagan, presidente dos EUA entre 1981 e 1989, há imensa gente que viajou da arte do entretenimento para a política
O nome mais sonante em exercício é, sem dúvida, Arnold Schwarzenegger, que passou parte da sua existência como actor a distribuir “mimos”e pancada, mas também foi “saco de boxe” noutras ocasiões.
Claro que não há qualquer semelhança entre o candidato/actor de teatro “bufo”e este ex – “mauzão”, à excepção do “saco de boxe”!
Numa alegoria com este desporto, gabo (ao candidato/actor) a coragem com que “encaixa”, amiudadas vezes, socos e “ganchos” da esquerda e da direita, sem queixumes mas com acrimónia., insiste em provocar, é satírico, arrogante e gosta de dizer “coisas”,
Decididamente, não é o meu candidato.
Bem, ainda estamos no campo do “eventualmente”, mas pelo sim pelo não, aqui fica a minha intenção de voto, à semelhança do “Obelix” / Gérard Depardieu numa passagem de um dos seus filmes.
Um dia, este actor disse que adora o excesso nos filmes, como na vida. Adora a tragédia, adora a comédia, adora ir ao extremo ainda que seja ridículo, e se tanto ridículo, tanto melhor (…).
É bonito saber que Depardieu assume a arte de representar nestes parâmetros, digamos…”filosóficos”.
O candidato/actor de teatro “bufo” é fiel seguidor da filosofia do “colega” francês, mas guarda segredo nas palavras…

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